terça-feira, 8 de novembro de 2011

Manifesto Sentimental Feminista

Não me envias mais poemas e piadas.
Não recebo beijos
Acho que nem remorso.

Mas o que eu sempre tenho é seu olhar.
É o que me difere, conforta e infla.


Daqui de cima anuncio, de lingerie e salto alto:

"Não sou mais sua"

De vestido passeando pela praça sei que serei eternamente
[em ti

"Mulher para você"




ame à quantas quiser.






Laís Castro


terça-feira, 20 de setembro de 2011

o In da diferença.

Pra você meu bem não tenho desejos ruins.

Quero que ganhe uma bolsa de estudos em Madagascar.
Quero que vá velejar no Mar Morto.
Quero que vá recrutar Índios em Beirute.
Quero que conte as cabras em Nova Guiné.
Quero que coma feijão em Punta Del Leste.

Quero que vire vapor, porque fumaça incomoda.



Laís Castro







"Mas quando for a hora de me calar e ir embora sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.
Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola, mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim.
(Nem vou deixar - mesmo querendo- nenhuma fotografia.
Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda a minha poesia)"

Fernanda Young 



domingo, 18 de setembro de 2011

Da fé.


Em um diálogo psicodélico num domingo de ressaca meu lírico se dividiu





A Fé disse à Paciência que não podia morrer.
A Esperança, que por ventura é a irmã caçula que nunca casou dizia, "ai mas ela já esperou tanto"
O descaso lhe dizia, "É?"
A Amargura já se animou, tanto cigarro valeu. A Rouquidão vinha de carona grosnando: espera eu, espera eu.
A angústia, só angustiou porque era tudo que ela fazia.
A ansiedade se nutriu porque ninguém sabia se a paciência tinha se cansado de esperar, ali no meio da aorta. Bate ou volta? Dá ou desce?

Não sei o que tempo manda
só sei que ele governa.


Discutindo e seguindo depois de domingo vem segunda ...


Laís Castro









quarta-feira, 24 de agosto de 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011




Hoje morreu o meu amigo Francks. Amigo anunciado com orgulho tipo Roberto e Erasmo. Francks com CK mesmo. Porque a gente é cafona, e acha legal. Com nossas piadas vulgares, o erotismo, a risada desmedida. A alegria do humor ácido, cítrico, meu e seu. Os abrigos da ironia que achavamos eu e você.



Hoje não foi de mim, o meu amigo Francks. Ainda dá pra ouvir aquela voz de professor ... o empostado da ciência. A minha bicha amiga, meu homem de caráter. Que fazia nariz torcido cada vez que eu falava assim ...
Volta aqui uma esperança forte de que ele vai aparecer, sacudir tudo e dizer "Mas você é brega hein?".



Hoje está em mim, e vai ficar. O meu amigo Francks guardado nas palavrinhas, daquela sua preferida música, do meu Caetano na voz da Tua Bethânia, com algumas alterações: Quem é recôncavo e pode ser Reconvexo.








Ps: Aposto que o céu tem uns anjos gatinhos. E umas rodas de debate social-educacional, dá um abraço aí no nosso Guimarães Rosa, e quando a D. Canô chegar aí, não esquece do nosso combinado hein? Sequestro de DNA! Olha pela gente que por aqui vamos fazer o melhor para te honrar naquilo que sempre foi sua marca: Ser feliz.








Laís Castro que pra ele nunca vai ser Ortiz.





domingo, 21 de agosto de 2011

Alegria sem Pedigree

espana.
movimenta pra sair num sacode.
Alívio vem que vem!


Dessa alegria vira - lata
Que abocanha e desespera pelo prazer
pancada de alegria genuína


porque depois de se ver um caminho a gente começa é a andar, correr, andar de patinete.
caça carteiros nos prazeres da fidelidade em si.
pequenas pessoinhas em amarelo que levam e trazem retalhos de mundo para fazer o envolta da estrada.
Fica sossegado coração: para abrandar escuridão temos no conjunto eu 2,5 mil vagalumes.





Laís Castro












segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O relógio não parou. Tá lá dando voltas e voltas...
O mundo não mudou.
Mas é esse agora que não passa.

Vai tudo passar, sem dor, sem lamento. Só lembrança.
Eu sei, todo mundo sabe.
Mas é que esse agora nunca passa.

E não tem desespero.
Não mais tem nem saudade de amor.
É só que esse agora não passa
Não passa para virar passado.
Não passa para virar defunto.
Não passa para ter significado.
Não passa para virar vontade.
Não vira nada, fica.


Como um silêncio de elevador.
Uma sensação constrangida.
Um num foi, não vai, não dá e não sai.


Um Agora que Não Passa. Uma certeza de um não sei.



Laís Castro

domingo, 17 de julho de 2011

domingo, 10 de julho de 2011

Returno

Orbitar em linha reta guiados por mapas de pintas e peles
É o que fazemos.
Merthiolate que arde...
você é um sentimento meu.








Laís Castro

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Anúncio II

Estou fazendo a trilha.


Eu vou te deixar.


À conta-gotas.



Presenças ou lembranças.






Laís Castro.

domingo, 26 de junho de 2011

Sedução

Três tipos dele tem:

O medo perto.
O medo longe.
O medo do longe.

Três beijos ele tem:

O de perto.
O de quando longe.
O do longe.


Uma só forma posso eu:

Usar do longe, por te querer SEMPRE perto.





ps:estarei nesse carnaval de burca completamente desnuda.






Laís Castro

domingo, 24 de abril de 2011

Onça pintada e Mulher Satisfeita não podem ser pintadas por cubistas.

Diálogo de um jantar:


_Hum. _ diz ele anunciando sua fala entre um penne e outro_ Comprei um anel para você.
Ela levanta as sobrancelhas e diz: Anel?
_É. Um tipo de jóia que se põe no dedo_ uma piada sem sentido_mas eu não vou te dar_completa o homem.
_Porque não?_ no fundo ela pensa, o porquê ele anunciou que ia lhe regalar se não tinha a intenção de faze-lo...
_Porque você vai aceita-lo mas não vai fazer do jeito certo, não vai falar a coisa certa, e nem agir do jeito que você deveria.
Os talheres escorregam da mão dela, e um olhar fixo e risonho sai do seu olhar. É complexo o pensamento, apenas o gesto da olhada era muito claro pra ele que via.
_ O que eu devia responder agora? Não sei o que falar. Eu nem sei o que você quer ouvir. E como é que você tem a prepotência de adivinhar? _ Num tom tão suave quase uma brincadeira.
Ele ri. _Ué, eu só sei. Eu queria mesmo que fosse muito claro de enxergar sem muros e sem caixas o que eu posso dar. E você aceitasse, e diria: eu assumo. Eu quero, eu te garanto, você não precisa mais do abrigo na loucura, tem eu. _ um engasco. E ele continua. _ Mas não dá pra hipotecar caráter, nem amor ...
Então ela olha, mais fixamente. Engole um suspiro, um choro, uma vela, um trem, um esôfago, três besouros, meio macaco, e diz:
_Eu te amo. Mas nessa história, eu não posso te dizer nada disso. Escute bem ao pé do ouvido o meu maior segredo:


Eu sou a mulher
Eu sou apenas a mulher
Eu sou toda.



Laís Castro.



"Essa menina que você seduz
E um dia depois
Sem mais nem mais, esquece
Ela, no fundo, é uma atriz
Quando beija a sua boca
E nada acontece

Essa menina que você seduz
Agora é uma atriz
Saída de outra peça
Chamada "Doces Ardis..."
Quando beija a sua boca
Ela começa a fraquejar
Por onde anda a sua mão
Você só quer se aproveitar
E ela delira
Rodopiando no salão
Os dois parecem um casal
Mas é mentira

Essa menina pode ir pro Japão
Na vida real
Você é quem enlouquece
Apaga a última luz
E nos cantos do seu quarto
A figura dela fosforesce
Ao som do último blues
Na Rádio Cabeça
Se puder esqueça
A menina que você seduz"
O Último Blues - Chico Buarque.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Samba da hora final

Deu seis horas
Largo Tudo: copo, carta, ofício
Tenho lá meu compromisso
Você surge ao pé do morro!

Vou para a janela te olhar
Ah um dia sem teu riso
(como envenena essa pequena)
Esse olhar de sem juízo

Me aproxima da esperança
Me leva em valsa, salsa, samba
Me traz a vida! Faz criança!

Ah, seu gosto "de ainda é já." de "Não, não se vá"
Não sou homem de lembrança
Ah morena volte logo
Recoste aqui no peito teu
Não passe só como poema
Se não quer me amar, me dê suas penas
Que sem você não fico mais.



Laís Castro

sábado, 2 de abril de 2011

Lelé!



"Você é a pessoa mais parecida comigo só que do lado do avesso" Alice Ruiz.



Não existiria espelho tão distorcido quanto esse meu amor. Que espanta qualquer dúvida e solidão. Da companhia tão aconchegante quanto abraço e beijo de mãe. Minha irmã, minha agonia, minha maior saudade, minha raiva, minha íncrivel capacidade de sempre admirar uma única pessoa. Que consegue resumir facilmente tudo que eu acredito que um ser humano deve ter. Quem nunca me desampara. Quem nunca me desespera. A única a quem pertenço sem me invadir. Dos ex-cachinhos, voz grossa e olhinhos cor de amêndoa. Das melhores lembraças e piores tristezas. Da maior confiança. Do maior amor sincero. Dos rompantes de loucura, das piadas, das implicâncias e da minha família.
Hoje, eu agradeço é sua mãe. Que há 21 anos atrás me deu a chance de poder dizer com toda propriedade à qualquer um na rua:


Eu tenho a melhor amiga do Mundo!





(sou cafona)








Lalá

segunda-feira, 7 de março de 2011

Pra bom entendor de que?

De todo fato que se é: algum dia não se foi.Se é verdade absoluta, ou paradigma traçado ... quem poderá afirmar?

De todo o oculto que nunca me deixou partir, ou mesmo de todo o extremamente óbvio que nunca lhe deixou voltar. De todo o alvoroço de infinitos dias de ex-ternidade.De toda alma reclusa, obviamente doente e fraca cabe a mim parir a redenção.

Para todo o mal. Não há penitência que cubra.

Não há interesse de explicação.Fato que se proclama perde o desejo de ser fúria.Passa a última esperança de controle sobre qualquer seja o pensamento de que um dia fui seu.


Se de todo bem e mal, ainda arde uma espécie de refrão.

Repetindo e repetindo:
Não vá, porque eu não fui.


A cruel verdade: confiança não é de encaixar.


O orgulhoso quando desce do poste, não tarda a voltar as alturas. E cabe a qual decifrador desvendar o código de acesso. Profissão Rara.

E poderia por fim dizer: "A razão que afirma, já não é uma razão."

Mas meu amor é Carnaval.
E eu te amo quando eu bebo.
Eu te amo quando estou no ócio.


E nessa vida há tanta coisa para fazer ...

Olha ali na esquina, tem eu mesma, travestida de esfinge: "Mente-me ou Acredita-me"


Meias palavras não.





Laís Castro.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Mais um.





"OSTRA FELIZ NÃO FAZ PÉROLA"




Foi o que me disse Rubem Alves.
Eu só desejo, organizar as pérolas do ano passado.
E saber guarda-las longe dos porcos.
Fico longe do chiqueiro.

A minha resolução de ano novo:
Quero ser uma porca selvagem
Eu vou olhar para cima e observar a Lua.








Laís Castro


"E esse ano não vai ser igual aquele que passou"
Novos Baianos.