domingo, 22 de fevereiro de 2009

Meu Quixeramobim.


Declaro então meu feriado nacional. Estive hoje o dia todo por mim. Em 24 horas fui a mil lugares, todos dentro de mim. O dia do individual soaria depressivo se minha casa ,hoje pra mim, fosse como ontem. Em que não me fazia lar. Soaria solitário dizer que amei minha parede que aguardava ali mais um poema. Soaria intelectualizado dizer que tenho escritores que hoje me carregaram nos ombros para o meu reflexo em um espelho. Soaria monótono dizer que abrandei saudade fechando os olhos. Soaria pouco dizer que hoje o mundo resumiu-se em mim. Ainda bem que eu sei da minha significancia a mim mesma. Hoje não é dia de modéstia, hoje é meu dia de querer. Ego-ísmo. Foi hoje que li e percebi, foi hoje que assisti, hoje eu pensei, hoje até o tédio me fez reparar que só há tédio no que é vivo. Pela primeira vez em meses não invejei os pardais feios dos fios de luz. Hoje eu quis ficar.
Um dia como esse deveria ser momorável e foi. Ocorreu um reecontro entre meu olhar, meu toque e minha alma. Estive há muito perdida em águas rasas, mas tive pernas. [ainda bem que as tive] Mantive sonhos, mantive olhos, e esqueci um coração. Que com toda essa poesia não poderia ter sido num lugar tão longe assim.
Senhoras e senhores, não vão embora por favores.
Aqui estou e não vou a lugar algum a menos que o pulso do meu pâncreas me impeça.




Laís Castro

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

o 3 andar do céu.


Laila sempre teve o dom de voar, cada um na sua familia tinha uma coisa que o outro desejava muito, e por isso era uma família um tanto quanto desunida e invejosa,mas concordo na idéia cética de família são muitas pessoas desejando um ideal do que poderia ter sido bom.
O sonho do irmão Pedro de Laila era voar. Logo ,ela, a quarta filha, nasceu com lindas asinhas nos pés, nas costas e duas muito bonitinhas atrás das orelhas. Laila nã conseguia por nada controlar as asinhas dos pés, quando ela andava as asinhas batiam, quando queria voar, mas era por nada que ela colaboravam, a menina pedia chorava gritava espeneava e neca da asinha funcionar, suas asinhas das orelhas funcionavam é claro, mas eram suficiente só para o peso da cabeça da menina que de tanto tantos sonhos era particularmente densa. As das costas também funcionavam bem mas eram tão desengonçadas e nunca tinham direção, portanto os voos de Laila nunca passavam a camada cinza da poluição.
Laila tinha raiva muita raiva, tinha um dom e não sabia usa-lo. E o irmão Pedro tinha mais raiva ainda, algo que beirava a Ira. Pedro era um menino que virou homem muito cedo, não herdou de ninguém o desejo de sonhar, apenas o de ser, ser logo, ser grande, ser bom, ser muito, e por isso Pedro era o tudo, e mesmo assim não possuia nada, nem a si mesmo e tudo que Pedro queria era voar para tão além do existente onde pudesse construir tudo e não tivesse tempo de lastimar que qualquer invenção não fosse de sua autoria.
Laila e Pedro quase nunca se viam, mas um dia uma borboleta sabichona que passava por ali tebv a idéia de união que tanto lhes faltava, mas não podia perder tempo. Borboletas só vivem 24 horas.
A borboleta guiou Pedro por entre os escombros de uma construção onde o sol refletia em um poço com gotas de água que se acumluavam da chuva, e lá estavam larvinhas tão nojentas, mas ainda assim vida, recriando de um lugar morto, e viu que elas encolhiam e esticavam e muitas se encontravam mas recriavam. Pedro viu então que poderia recriar mesmo de onde tivesse nada, que a criação poderia ser de outro lado e ainda sim Pedro seria belo.
Laila chegou na mesma construção, e lá ela já tinha ido noites atrás em sonho. Mas era um lugar tão belo, tão belo com borboletas e mariposas, não haviam larvas. Laila sempre gostou da beleza e não do belo, não enxergava nunca os caminhos do êxtase, apenas o prazer. Por isso ela disse a Pedro:
_ Me dá a mão para alcançar o céu?
Pedro riu, ele não sabia voar e Laila nem mesmo se pudesse conseguria, mas já que tinha visto a beleza de se ter esperanças em poços de chuva pq não na mão de uma pessoa amada?
Os irmãos deram-se as mãos, os pés de Laila fizeram menção de exitar, mas Pedro a acalmou, sennão conseguirmos temos um ao outro para lastimar, mas se tentarmos temos um ao outro para ensinar. Os pezinhos de Laila consguiram pela primeira vez em linha reta, e com destino.
Atravessaram 1, 2, 3 nuvens, até que chegaram no céu cor de rosa onde a culpa não alcança pois sabe-se que lá só vai aquilo que dura o suficiente para ser valorizado, sentimentos que são como aquela borboleta duram 24 horas mas aplicam o efeito para duas vidas e um sonho.



Laís Castro em um momento texto de auto-ajuda, também me causa estranheza ...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Quando se derrama o sangue.


"Falo, não calo, não falo
Deixo Sangrar

Algumas lágrimas bastam pra consolar.

Tudo mudou, não me iludo
e contudo.
É a mesma porta sem trinco,
o mesmo teto

E a mesma lua a furar nosso zinco"

Como dois e dois - Caetano Veloso


Para se sentir vivo? Mate o outro.
Sangue que corre nos mostra vermelho de pulso, cor rara de rubi.
Sangue meu mesmo, não tem valor ou cor ao meus olhos, por isso não se de ao trabalho de tira-lo.Talvez por possessão e ciume, por isso se contente amado, não será seu.
Sou egoísta ao ponto de tranca-lo, a 7 chaves num negro coração.

Guerra e Sofrimento são Amor e Paixão, distorcidos em algum momento do seu pensar.
Não se iluda, porque mudança só existe quando duas partes querem ver, todos nós somos egoístas e nosso sangue é multicor, mas o vermelho do outro que nos faz deslumbrar.

A opção de enxergar o mundo todo em visão de rio ou mar. Está aí, no momento que seu pensamento foge por um momento pequeno e já com destino certo. Então eu te pergunto. Na hora da fuga, você irá se importar?
Existem aqui pés para guiar e muito mais, existem mãos para afagar.
Na hora a fuga, o que irá acontecer?
Eu não sei.
Juro.
Mas não me comove mais o vermelho rubi, quero saber o que tem além.
O mais do mesmo não termina aqui.
Duas lágrimas valem mais do que 7 anos de análise sim?



Laís Castro